No último post falei um pouco sobre o Chile, com algumas informações sobre as características da vinicultura de lá, estilo dos vinhos e no final, uma resenha da linha Marques de Casa Concha da Concha y Toro, que representa muito bem o conceito moderno do país para produção de vinhos. Pois bem, hoje falarei sobre uma outra vinícola chilena que traz uma proposta bem interessante e que adota diferentes estilos na elaboração das diversas marcas que integram seu portfólio.
Falo da Ventisquero, figura carimbada na carta de vinhos de vários restaurantes. Acredito que muita gente conheça em função da extensão de sua linha de produtos que abrange desde os mais básicos do dia a dia, até verdadeiros tops aclamados pela crítica especializada.
A vinícola, fundada em 2000, apesar de relativamente jovem, tem obtido enorme reconhecimento nos mercados mais exigentes, crescimento de vendas e importações além de consolidação no mercado doméstico. Contudo, nem de longe essas conquistas servem de motivo para acomodação para a jovem equipe que dirige a vinícola, que a cada ano busca novas regiões para produzir, novos estilos de vinho, diferentes cortes e misturas, ou seja, muita inovação sem perder o foco na qualidade. Eles realmente utilizam o conceito de terroir (expressão francesa que caracteriza os atributos da terra em que a uva é cultivada), estudando e analisando como cada variedade de uva consegue se desenvolver em diferentes regiões com influencias distintas.
As marcas da Ventisquero são divididas em linhas de produtos: Ventisquero, Yali e Ramirana. Cada uma conta com um posicionamento definido para atender à demandas variadas. E dentro de cada podemos encontrar produtos de entrada até os tops. É muita coisa mesmo! As uvas produzidas também são várias, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Syrah, Pinot Noir, Carménère, Chardonnay, Sauvignon Blanc, dentre tantas outras… Se for pra falar sobre os vinhos das 3 linhas, não caberia nem em 10 posts, pois para vocês terem idéia, são mais de 50 rótulos diferentes produzidos na vinícola. A Thereza, por exemplo, vive me pedindo pra comprar um vinho deles chamado Grey, porque será?
E hoje falarei sobre a linha Ramirana, que tem uma proposta diferenciada e que podemos até dizer que vai na contramão das tendências de mercado. Enquanto grande parte dos produtores (principalmente sul americanos) optam por um estilo de vinho mais comercial, com muita potência, concentração, madeira e álcool em excesso, há também aqueles que buscam por um perfil mais elegante, equilibrado e que expresse exatamente o conceito do enólogo. É exatamente o caso da Ramirana, comandada por Alejandro Galáz, responsável pela elaboração dos vinhos da linha.
Com vinhas plantadas no Vale do Maipo, quase no limite da costa do Pacífico, os vinhedos sofrem de forte influência marítima com as brisas oceânicas trazendo baixas temperaturas. Com o clima mais ameno as uvas ganham mais acidez, e tempo perfeito de amadurecimento resultando em vinhos mais minerais e com inacreditável frescor.
É justamente essa a aposta de Alejandro, vinhos muito frescos, aromáticos, com acidez elevada, corpo mais leve e sem exageros de concentração e madeira. Vale muito a pena conhecer,pois muitos de nós estamos acostumados com o estilo padronizado de vários vinhos chilenos, argentinos, australianos etc…, mas graças a iniciativas como as da Ramirana, hoje podemos apreciar vinhos com mais elegância, suavidade e grande potencial gastronômico, são vinhos feitos para acompanhar comida.
Desse modo, podemos dizer que a Ramirana funciona como a boutique da Ventisquero, com produção limitada, artesanal e com a “mão” do enólogo em cada processo da elaboração.
Vamos aos vinhos, a Ramirana possui 3 linhas, a Reserva, a Gran Reserva e a Trinidad Vineyard, produzindo vinhos com uvas ou cortes diferentes. Ao todo, são 10 rótulos, mas falarei apenas de 3 para não ficar muito extenso. De qualquer forma, vale muito a pena conhecer todo portfólio para perceber qual vinho está mais de acordo com o seu paladar.
Ramirana Reserva Chardonnay – Sauvignon Blanc 2013: Corte de 2 tradicionais uvas brancas que se complementaram muito bem nesse vinho. Cremoso, muito fresco, com notas de maracujá, abacaxi. Na boca é redondo, com ótima acidez. As características das duas uvas ficam bem aparentes, o amanteigado da Chardonnay com a mineralidade da Sauvignon. Perfeito para aperitivos e comida japonesa. Na faixa de R$45.
Ramirana Gran Reserva Sauvignon Blanc – Gewürztraminer 2013: Esse branco expressa a filosofia e inovação do enólogo. Corte da conhecida Sauvignon Blanc com a Gewür… q? Essa uva de nome quase impronunciável é tradicionalmente cultivada na Alemanha, Áustria e Alsacia na França e apesar de já ser presente em diversos países, aqui pelo Brasil não é tão conhecida. Produz vinhos extremamente aromáticos e perfumados. Muita ousadia misturá-la com a Sauvignon Blanc. Resultado, um vinho muito floral, fresco, mineral, complexo e delicioso. Acidez maravilhosa de deixar a boca salivando até o próximo gole. Para acompanhar, frutos do mar, ceviche e carnes brancas. Na faixa de R$70.
Ramirana Gran Reseva Syrah – Carménère 2011: Outro casamento inusitado de uvas. Vinho elegante, com aromas de frutas negras, bastante pimenta e um leve toque vegetal. Boa estrutura, corpo médio e muito frescor. A Syrah com toda a exuberância das frutas enquanto a Carménère com as especiarias e a picância. Fácil de harmonizer, carnes grelhadas, massas e queijos mais intensos. Na faixa de R$65.
Achei os rótulos aleatoriamente em lojas virtuais apenas pra dar uma noção de valores, mas eles são vendidos também no varejo com ótimas promoções.
Essa foi minha pequena seleção de vinhos que eu aprecio e que acredito que vão dar muito prazer a vocês. Como eu sempre digo, o ideal é experimentar coisas diferentes, que saiam do óbvio e dos esteriótipos. Covidem os amigos e façam a festa.
Se tiverem alguma dúvida, não deixem de me perguntar!
fabuloso!quero provar todos já :)
ah! já ia esquecendo.. tem alguma dica para quem vai viajar para o RS (opções de vinho ou dicas de passeio às vinícolas)?
Olá,
o vale dos vinhedos é imperdível. Diversas agências vendem pacotes direto pra lá. Vale muito a pena. Abs.
thereza, corri aqui para saber da entrevista da kim e sobre Catlyn e ainda nada :(
Não me canso do tema dash, beijaooo
Oi Rodrigo, tenho uma pergunta a nível de curiosidade mesmo: vc fez algum curso de enologia para saber tanto assim ou aprendeu “na vivência” mesmo?
Leio sempre a sua coluna (ri horrores no snap quando a The disse que vc demora umas 5 hrs pra fazer post), vc está de parabéns!! Escreve e explica muito bem sobre este tema. Já falei pro meu namorado que vou encaminhar a tag pra ele ler, pois adoramos beber vinho mas não entendemos quase nada… vamos muito pelo preço, e geralmente escolhemos alguns na faixa de até uns 30 reais. Aliás, gostaria de te pedir que indicasse alguns vinhos que vc considera bons, nesta faixa de preço. (sabe como é esse tight budget hahaah).
bjs :wine_glass: :wine_glass: :wine_glass:
Olá, obrigado.
Na verdade nunca fiz curso, aprendi mesmo na vivência e conversando com alguns profissionais. Quanto ao fato de demorar 5 hs, a The é muito exagerada hahaha.
Tem muita coisa boa no mercado nessa faixa de preço. As pessoas geralmente se enganam e pensam que é é preciso gastar rios de dinheiro pra comprar vinhos de qualidade. Procure pelos vinhos da Maipe Reserva, pode ser o Cabernet Sauvignon o Malbec ou o Bonarda, são todos ótimos e estão entre 25 e 30 reais. Farei até um post sobre os vinhos desta linha. Abs.
The! Eu já postei algumas vezes pra elogiar o Rodrigo nessa sessão. Hj eu vim reclamar, não fica brava? Eu sou medica, não consigo ter tempo de acessar nenhum blog por pc. Acompanho seu blog há uns 3-4 anos… Só consigo acompanhar pq uso aplicativo de leitor RSS. Agora seu blog ta bloqueado pra esse tipo de leitura. Só aparecem algumas linhas iniciais do post e pra ler o resto tem que abrir pelo Safari. Ai, como isso é ruim. Já deixei de simplesmente seguir alguns blogs que fizeram essa modificação. Mas achei que vc deveria saber que é ruim pra gente isso. Pros leitores. Há pouco tempo a Ale do ex ItGirls postou um artigo falando que por mais que os blog percam o número de views ao permitir o uso de RSS no geral vocês conseguem atingir um número maior de seguidores. Vou tentar achar esse post dela… Repensa aí essa decisão do blog. Eu agradecerei demais se voltar ao normal. Bjinho
Oi Bidu, Já tinha comentado sobre esse tema outro dia, eu acho fundamente o feed, converso sempre com a Ale inclusive sobre isso! Hj em dia, mais do que numeros de pageviews o importante é a fidelização, da leitora sempre recorrer ao seu blog, seja qual via for e eu sou super entusiasta disso, porééém, meu blog tá com um problema no mobile, muita gente não tá conseguindo ver as imagens que, ou aparecem trocadas ou com emojis, com isso já tem uma semana que minha programadora tá nessa de resolver essa questao técnica, por isso foi necessario desabilitar o acesso via feed até que o novo servidor funcione 100%! Tenha paciencia com o Fashionismo, ok, acho que até segunda ele volta 100% pro feed (eu tb so leio blogs via feed hehe)
Bjs e obrigada por comentar!
Casal, parabéns!
Muito legal o espaço para o Rodrigo aqui e vocês tem uma linguagem parecida, ainda que a The tenha o jeito 100% reconhecível de escrever.
Beijos!
Ai que noticia boa!!! Aguardarei sim!!!! Obrigada
Post muito esclarecedor!
Conheço a Ventisquero, mas acredito que a linha mais comercial, não sabia que eles tinham todo esse engajamento..
obrigada, Rodrigo! Já estou na procura dos vinhos indicados..rs
ola!!!!
vejo falar em carta,o que significa isso?
gostaria de saber,por favor.
obrigado.