Feliz ano novo! Se o ano começa oficialmente agora, ele está começando em grande estilo. Pra quem curte moda, sabe que NYFW começou na última quinta, depois seguimos pra Londres, Milão, Paris e sabe-se lá o que nos aguarda pelas próximas semanas. Provavelmente o que estamos acostumados a ver entre desfiles, eventos e aquele streetsyle esperto que nos cativa há anos.
Bom, isso é um fato, mas aguarde que o mundo da moda está mudando, mesmo. Os desfiles não são mais os mesmos, as apresentações ganham ares de show e, o que é muito importante, o ready-to-wear vem literalmente falando. Separei 3 fatos que comprovam essa transição.
Ready-to-wear, pronta pra comprar-e-usar Essa semana de moda vigente é o inverno/2016, portanto, tais roupas entrarão nas araras por volta de setembro/outubro, um semestre inteiro pra gente assimilar tendências e ver duas estações passarem.
Isso mudou. O timing agora é outro, a fast está fashion, não no sentido do $, mas de desfilar+usar. Burberry apresentou esse novo modelo de desfile no início do mês, o que só comprova que tempos são outros e, no caso da marca Britânica, a intenção de criar algo novo vem da força das redes sociais, onde as infos são consumidas tão rápidas, a ponto de você ver um look na passarela e… poder comprá-lo imediatamente e de qualquer lugar do mundo. O futuro é assim.
Pra completar no novo momento, a Burberry enxugou o número de desfiles (eu ja pude ir em alguns e são dos mais incríveis) e reduziu suas marcas (Prorsum, London e Brit) em uma só. Prazer, Burberry.
Semana de moda? O ano inteiro de moda! Coleção de Inverno, Verão, Resort, Pre-Fall e continue contando… Hoje em dia, o calendário de moda é tão intenso e sua pressão foi a provável responsável pela estafa de muitos estilistas como Raf Simmons fora da Dior e Marc Jacobs ‘fora de si’ (vale reler esse post aqui).
Com isso, algumas marcas, passam a desfilar quando bem entenderam e algumas com uma apresentação mais exclusiva para imprensa-compradores-clientes. Aquele show apoteótico que vemos nas FWs, será direcionado apenas a quem gosta de muito palco, tirando isso, marcas low profiles apostam num ‘comeback’ do passado, com foco total na roupa e numa linha editorial que fuge do óbvio e ainda surpreenda, à sua maneira e sem pressão.
Semana passada, a Saint Laurent apresentou-se fora do circuito e calendário oficial. Tom Ford é recorrente nessa prática (ele acabou de adiar sua coleção inv/16 justamente para apresentar+vender ao mesmo tempo) e a revelação Vetements segue esse novo ritmo.
Fashion show, meio que literalmente falando! Do momento de transformação, pro ideal de entretenimento. Em inglês, desfile é ‘fashion show’ e na última semana essa prática foi levada ao pé da letra. Kanye West alugou o Madison Square Garden pra mostrar sua Adidas + Yeezus 3 e ainda de quebra lançar seu novo cd.
Apesar das roupas do cantestilista serem questionáveis, a apresentação foi memorável e leva a moda a um outro patamar, que celebra não só a roupa, como outras artes e taí algo que Kanye faz muito bem, sua apresentação entrou pra história.
Estilistas como Alexander Wang, Marc Jacobs e até a própria Burberry (sempre com música ao vivo) apostam nessa pegada musical que é sempre mais interessante que 15 minutos de bate-estaca e dá indícios de novas formas de ver, logo, consumir, moda.
E vocês, tem notado essa sensível mudança? Apostam nessa transformação? A semana de moda está só começando e certamente veremos outras novidades!
Percebi pelas últimas notícias que vc citou essa mudança The! Acho muito bom, já que todo mundo parece estar desgastado com essas loucuras de trezentas fashion weeks por ano. Tá faltando leveza na forma de lidar com o mercado, e quem acaba sofrendo são os designers e, consequentemente, a moda. Tomara que mude mesmo!
O fashion show da DVF também foi memorável!
Neh! Pelos snaps deu pra ver como foi diferente o da DVF, e achei bem bacana.