Alguém tem alguma dúvida que a moda é uma ferramenta poderosíssima para falar de assuntos que abrangem um universo muito além do look do dia? Pois bem, nessa última New York Fashion Week, dezenas de estilistas mostraram que não estão satisfeitos com algumas questões que tangem nossa sociedade.
E é impossível não falar de Trump! Seu posicionamento contra a imigração foi um dos principais assuntos dos protestos vistos nas passarelas, afinal, muitos dos estilistas são imigrantes, trabalham com imigrantes e tem amigos imigrantes, ou seja, que a roupa seja a voz contra essa intolerância.
Junto a isso, vimos cada vez mais espaço ao movimento feminista. Se em outubro passado, Dior falou “We Should All Be Feminist” (título do livro da escritora nigeriana, Chimamanda Ngozi Adichie), nessa edição várias marcas endossaram o movimento, seja através de t-shirts, looks inteiros, detalhes, músicas, enfim, desde quando a moda é fútil? Não só movimenta uma indústria riquíssima, como nos abre espaço pra debater. Vamos aos destaques!
TOMMY HILFIGER O estilista inaugurou a temporada, lá em Los Angeles, com um desfile repleeeto de insta-top-models e uma mensagem, mesmo que discreta, importante. O “Tied Together” é uma campanha criada pelo site Business of Fashion com o intuito de movimentar a indústria da moda em solidariedade a imigrantes e minorias.
A ideia é que seja “um movimento silencioso e não necessariamente uma declaração política, mas sim de positividade em apoio à humanidade, incentivando entusiastas da moda e pessoas de fora da indústria a participar”. Topa?
PRABAL GURUNG Sem dúvida o manifesto de Prabal Gurung foi o de maior impacto da temporada. O estilista, nascido em Singapura, levou à passarela dezenas de modelos e t-shirts com mensagens da vez e palavras de ordem.
Ele contou que participou da Marcha das Mulheres – manifestação que rolou no último mês em várias cidades dos EUA e mundo – e os cartezes que viu o inspiraram pra criar essas camisetas. Pra completar o movimento, o estilista foi um dos poucos a se preocupar com inclusão de outro tema cada vez mais falado, trazendo modelos plus size à passarela.
JONATHAN SIMKHAI O estilista sensação do red carpet, que veste nomes como Kylie Jenner e Emily Ratajkowski, não só encerrou o desfile com sua camiseta “Feminist AF” (af = as fuck = %#&!@*), mas também distribuiu pra todo o frontrow do evento.
Melhor maneira de propagar a mensagem entre influencers selecionadas, que logo botaram em prática pelas ruas da cidade.
ALICE + OLIVIA, CREATURE OF COMFORT E CINQ À SEPT Sejam em camisetas ou moletons, a ideia é passar a mensagem. “Seja a mudança que você quer ver no mundo”, “Somos todos seres humanos” e “Eu amo todo mundo”, mensagens simples, mas com endereço certeiro.
PUBLIC SCHOOL Já a super cool e alternativa, Public School, substituiu a ex-célebre e agora famigerada frase dita por Trump, “Make America Great Again”, por “Make America New York”, numa referência ao fato da cidade ser sempre receptiva e viver em harmonia com todos o tipo de raça, gênero, gente, simples assim.
LÍNGUA FRANCA Paralelamente à NYFW, uma marca foi lançada justamente pra dar voz em formato de looks às mensagens da vez. A Língua Franca tem uma coleção bordada que destaca a luta dos imigrantes, a saudade do Barack e ainda um possível grito de liberdade pra Melania.
THE ROW A marca das gêmeas Ashley e Mary Kate Olsen também deram voz ao manifesto. Assim como sua marca, super cool e minimal, o recado foi bordado de forma discreta em detalhes das roupas. Palavras como “diginidade”, “liberdade” e “esperança”, como deve ser!
CHRISTIAN SIRIANO Por fim, Christian Siriano foi simples, mas certeiro e reproduziu o título de uma música do Depeche Mode, afinal, ~gente é gente e como a letra diz “Pessoas são pessoas, então porque é que você e eu temos que nos dar tão mal?”. Aliás, o estilista segue cada vai mais inclusivo – teve post assim sobre ele aqui – e mostrando um casting bastante heterogêneo, ponto pra ele!
Vale dizer que basicamente todas essas camisetas tem venda revertida pra instituições que falam sobre mulheres, imigrantes ou basicamente lutam contra Trump. Sabemos que o feminismo é a pauta da vez, muita gente acaba surfando na onda, mas se no final todos estão falando e quem precisa está colhendo frutos, o saldo é mais que positivo!
sua frase no final resumiu tudo!! :clap:
Thê, achei lindo, de verdade S2
Mt bom ver tantas mensagens de igualdade, inclusão e resistência.
Parabéns pelo post, btw!
Beijo
Adoro os seus posts resumo das semanas de moda, The. Esse foi certeiro!
to super emocionada com esse post, mt lindo ver uma mensagem dessas indo parra na moda, e é só o começo!!!!
Amei essas camisetas do desfile do Prabal Gurung! Eu usaria. http://www.alemdolookdodia.com
Ameiiii
Meu Papai do Céu que coisa maravilhosa! Estou emocionada! :heartpulse: :clap: :rose:
quero todas as camisas do Probal Gurung! :heart: :heart:
Eu acho o saldo super positivo, até porque muitas meninas que gostam de moda, mas não recebem orientação sobre feminismo passarão a se interessar pelo assunto depois desses desfiles. Pra quem já esta no movimento, o saldo fica, de certa forma, zerado, mas não da pra desmerecer de forma nenhuma isso, mesmo que alguns tenham feito apenas por marketing.
Só não curti esse tal de Jonathan Simkhai, mas de Prabal Gurung à Alicia + Olivia foram todos incríveis e demonstraram apoio à diversas causas de uma maneira bem linda. Prabal aqui ganha meu imenso respeito e amor, além de colocar frases importantes nas blusas, colocou também uma plus size real. E você Thereza, mantém meu amor pois que post maravilhoso, acho uma pena que as meninas que estavam lá não tenham feito esta análise que você fez, incrível, diga-se de passagem. Moda pode ser ato político SIM. ♥️