Outro dia conversamos sobre a idade que temos e a pressão da sociedade em nos empurrar a juventude como objetivo de vida, quando deveria ser justamente o contário (a meta é ser velhinha, afinal, sinal que vivemos muito rs). Eis que ontem me deparei com a capa da Allure que não só nos premiou com a maravilhosa Helen Mirren, como trouxe um debate válido.
Já disse aqui várias vezes que a Allure é minha revista favorita. Ela é de beleza, mas tem moda, comportamento, pra mim é o guia da mulher antenada e interessada nesse universo, mas sem afetação ou pretensão.
E a capa de setembro – a principal edição do ano – vem pra quebrar paradigmas, afinal, quantas vezes a gente vê uma mulher de 72 anos esfregando na capa suas rugas, histórias e muita inspiração? O recheio está igualmente lindo.
E além da entrevista, na qual Helen fala da sua relação com Hollywood, feminismo e como é envelhecer sabendo tirar proveito disso, um manifesto me chamou a atenção. O fim do termo anti-idade.
Como uma revista de beleza vai deixar de falar uma palavra tão comum? Como vão parar de dar dicas de produto anti envelhecimento, muitos deles bancados por patrocinadores? A revista não vai propor que as pessoas parem de usar produtos com essa finalidade, pelo contrário, eles vão continuar indicando, falando, só sugerem a mudança da nomenclatura, simples assim.
“Queiramos, ou não, estamos sutilmente reforçando a mensagem de que o envelhecimento é uma condição e que precisamos lutar contra ele”. Né? E sigo citando a editora da Allure, Michelle Lee, “Se tem algo inevitável nessa vida, é que ficaremos velhos. Cada segundo. Cada minuto. E mais, muitos de nós não teremos a oportunidade de envelhecer. Com isso, ficar velho é algo incrível e significa que tivemos a chance, todo o dia, de viver uma vida feliz, simples assim.” Né??
Já contei pra vocês que minha nova idade me deixou um pouco mais reflexiva (ou sensível, rs) com esse tema e essa questão, digamos existencial. Ao mesmo tempo que tenho 9 produtos de skincare na minha cabeceira que uso antes de dormir (e eu amo essa rotina), tenho pavor de agulha e nunca me arrisquei em nada mais ousado, apesar de ter vontade. Junto a tudo isso, esse tema tem me chamado muito mais atenção que 1 ano atrás.
E ver um manifesto de uma revista do porte da Allure nos faz simplesmente parar pra pensar e ao menos quebrar uma condição automática e totalmente enraizada na nossa rotina, envelhecer é ruim? Sem hipocrisia, a idade chega e surgem problemas, é natural, mas é importante rever conceitos e até estigmas que só trazem mais peso pra nossa luta diária de aceitação.
E a revista segue falando sobre o peso da tal da ANTI-IDADE, junto a ela vem expressões que deveriam ser banidas ou, ao menos, revistas: “ela parece ótima para a idade que tem”, “ela é linda para uma senhora de idade”. Isso é tão automático, quem nunca pensou ou até mesmo falou algo parecido? Tipo aquela história que falei da Sandy, 34, estar “conservada”. No lugar disso, a revista sugere substitutos: “Ela está ótima”, “Ela é linda”.
E a Allure finaliza, “Parabéns às marcas que já refletiram sobre o termo, e quem ainda não o fez, sabemos o quão é difícil rever embalagens e o marketing de todo um produto, mas essa conversa precisava ser iniciada para haver a mudança e celebração da beleza de cada idade”. E a própria Helen conta que já teve essa conversa com a L’Oréal (marca na que ela é uma das embaixadoras) e eles já estão em processo de rever esse conceito. Achei bacana!
Eu achei tão incrível e certeiro da Allure propor essa mudança e só prova que com o tempo temos questionado hábitos e caminhando pra uma mudança positiva e um mundo mais fácil de se viver!
E vocês, já pararam pra pensar no termo anti-idade? A gente quer sim creminhos e afins, mas e o peso da palavr? Sei que muita gente pode achar até exagero, mas são esses detalhes que desenham um novo momento e no futuro a gente olha pra trás e acha transformador.
Thereza cada vez mais maravilhosa!!!! QUE TEXTO!!!
Acho incrível que finalmente estejam revendo esse conceito de que a idade seja um problema porque ela não é, e fico feliz que finalmente as marcas estejam finalmente olhando pra isso de uma maneira diferente, espero muito que façam as pessoas refletirem sobre o termo “anti-idade” porque ninguém deve prevenir a idade, ela não é uma doença, acho que tem que se cuidar sim, mas sem esse pavor todo que temos visto sobre a idade ser um bicho papão que vem nos pegar se não a combatermos com um milhão de tratamentos e procedimentos cada vez mais invasivos. Amei a matéria, ainda mais vindo de uma revista tão importante e com Helen que segue cada vez mais maravilhosa.
Desculpa o textão rs.
Não sabia que tinha pavor do termo anti-idade, mas acabei de descobrir!
Eu amo meus aniversários justamente pelo fato de ser um ano A MAIS! Eu quero sim ficar velha, viver pra caramba!
Apaixonei nesta mulher! Cada foto maravilhosa
Incrivel, e mais ainda a escolha da helen pro ensaio
Melhor blog sem dúvida. Sempre posts certeiros! Parabéns pelo excelente trabalho!
Nunca tinha me ligado nisso do termo “anti-idade” e realmente, faz todo sentido! Porque devemos ser anti-idade? Isso é o mesmo que dizer anti-vida, já que quanto mais idade, mais vida. Tenho visto bastante o “ageism” sendo discutido em Hollywood, e acho maravilhoso quando um veículo de comunicação do porte da Allure faz uma pauta assim. Os tempos mudaram, envelhecer é um privilégio, não um fardo.
Parabéns por ter levantado, mais uma vez, uma pauta tão importante The!
Quando tinha 20 e poucos nunca entendia quando minha mãe dizia que eu estava sempre linda. Me olhava no espelho e só via defeitos. Sempre pareci ser mais nova e por isso mesmo assim como vc escreveu naquele outro texto, fiz quase tudo para parecer ser mais velha.
Hoje com 36, vendo os 40 chegar, adoro minha rotina de produtos, mas me sinto bem.
Sem necessidade de seguir todas as tendências de moda, saber todas as novidades pop. Acho que passei tantos anos correndo que aos 30 estou apreciando a paisagem, não sei como será aos 40, mas me tornei super pro aging.
Se a vida é como uma revista e no começo somos uma Capricho de poucas paginas e cheias de questionamento, quero um dia ser um september issue de 900 páginas, cheia de editorias lindos.
q comentário lindo Danielle! Amei!
Sabe, desde do ano passado venho me questionando muitas coisas, acho q a proximidade com os 35 estão me deixando meio tensa. Em 2016, me questionava o fato de não ter o melhor dos empregos, não tinha um relacionamento bacana e nem estava perto disso e tinha colocado como meta que estaria disposta a ter uma reprodução independente por volta dos 35/36 anos. Na real, a pele nunca foi um problema, pois confesso que sempre fui bem neurótica com o envelhecer. Hoje, aos 34, continuo sem ter o melhor dos empregos, mas é o q paga as contas e só agradeço por isso. No relacionamento, a vida ensinou que temos que ouvir as pessoas e perdoar para conseguir viver melhor com nós mesmos. Sobre filhos, estou bem tranquila, visto que muitas amigas e pessoas proximas tiveram filhos com seus 36/37 anos, ou seja, ainda posso curtir um pouco. Mas e a pele? E aceitar as rugas? Me cuido, mas sigo tentando aceitar as ruguinhas e confesso q a mão coça pro botox. Vou postergando ao máximo, mas até quando vou conseguir encarar o espelho e lidar com elas, ali, sorrindo pra mim? Engraçado, lido muito melhor com os fios brancos. Aliás The, o q acha de um post sobre? Sinal dos tempos. =)
Eu acho que o bom da maturidade é olhar com mais generosidade pra si e para os outros…. o estresse, a raiva, o orgulho, tudo isso vai embora e em troca ganhamos só energia boa pra nós mesmas.
Que discussão válida! A allure é uma revista incrivel, esse assunto bem pontual, principalmente nessa era de milhões de procedimentos para não ter nenhuma linha de expressão!!
Eu nunca tinha parado pra refletir sobre o peso dessas expressões que usamos tão comumente e que podem afetar nosso sub consciente de forma tão forte. Eu também amo minha rotina de cuidados com a pele, que ainda não é feita com a preocupação com rugas, marcas, e etc. Mas observo muito minha mãe, e como essas coisas totalmente comuns a 100% da população, como o envelhecimento, afetarem tanto ela de forma negativa. Ela se sente sempre mal, e acha que está feia, ou usa o termo “cara de velha” de forma muito pejorativa. E ela é lindíssima! Assim como aprendo muito sobre aceitação e empoderamento, tento passar pra ela tudo, e esse post é um que vai direto pro inbox dela! Amando demais esses posts mais reflexivos no blog (e obviamente não deixando de amar muito todos os outros tipos de post)
Adorei a matéria. Queria muito que as prssoas pudessem ver a beleza de uma mulher acima de 50 anos, como “mulher bela” e não ” mulher jovem apesar da idade”. O peso da idade é cruel e quero viver essa “crueldade” com alegria e saúde.
Nunca acreditei em creme anti rugas, envelhecer e rugas são coisas inevitáveis, assim como morrer, acho que já estava na hora dessas revistas e empresas de beleza pararem de vender uma ilusão e também gostaria que as fotos fossem sem tratamento de imagem, tem que começar a espertar s pessoa pra realidade e digo uma coisa não precisa ser tão trágica e horrorosa, você pode continuar linda sendo velha :kissing_heart:
Qndo tinha menos idade eu era cheia de neurose, estou cadavez mais feliz cmg.
Que texto incrível, jamais na minha vida eu me questionei sobre o termo “anti-idade” bem como tudo o que ele carrega. Excelente reflexão.
Ela é linda e a reportagem parece inspiradora mesmo!
A Helen é minha musa inspiradora. Ô mulher linda! Engraçado que ela só veio fazer sucesso mais velha, tipo, já tinha uma bela carreira estabelecida, mas esse sucesso mundial é bem mais recente. Quebradora de tabus desde aí. Confesso que gostaria de cuidar mais da minha pele, cuidado é algo que te faz se sentir bem. Mas sem neuras nem medos. Acho lindo envelhecer! Que bom que a sociedade está revendo esses conceitos. Não deixa de ser uma jogada de marketing também né? A expectativa de vida cresce a cada dia e essas pessoas fazem parte de um mercado de consumo em crescimento. Elas precisam ser representadas e não discriminadas.
Beijos
Parabéns mais uma vez pelo pioneirismo em escrever algo interessante e libertador! Esse é o único blog que ainda leio, sério! É um alívio ter esse conteúdo livre na internet para a gente dar aquela “escapada” no trabalho, em casa…sem sentir que perdeu seu tempo lendo algo inútil.
Um dica para você, se assim o permitir, escreve um livro, gata! Precisamos e temos que ler o que se passa nessa cabecinha cheia de idéias!!
Beijos afetuosos do nordeste!
The, não sei se vc vai ver esse comentário tanto tempo depois que o post foi publicado, mas é que hoje eu tirei um tempinho pra me deliciar novamente no seu blog (algo que já foi um hábito quase que diário pra mim, mas com a correria acabei me descuidando…). Só queria dizer que vc é incrível! E não é daqueles elogios bajuladores não, é que vc é uma pessoa incrível mesmo, daquelas que a gnt tem prazer em estar por perto e aprender!!! Parabéns pela escrita, pelas reflexões e por ser quem você é!!! Um beijo!