Forever 21, só quem viveu sabe. A marca sempre foi a solução extra barata pra quem curte uma fast fashion e seus modismos. Nos bons tempos de dólar a 2 e pouco, com viagens mais frequentes, quem nunca fez uma sacolada na forevinha mais próxima, bom, naquela época era distante. Foi só em 2014 que a marca finalmente aportou no Brasil, para surpresa geral.
Lembro que em 2012, numa série de posts que tinha falando sobre marcas de moda, fiz um da Forever 21 que foi sucesso na época. Contava sobre a origem, a família sul coreana e as filhas herdeiras que estavam dispostas a elevar o patamar da marca, numa era que o e-digital ainda engatinhava. Dito e feito, a marca explodiu e veio parar até aqui no rejeitado Brasil.
Vocês lembram do lançamento? Filas tão homéricas que uma pessoa – muito espirituosa – fez até um twitter @filadaforever21 e mostrando que ela não tinha fim. Em pouco tempo vimos que eles chegaram de mala e cuia, com preços até razóaveis, diante do dólar já teimando em subir. A moda em si era aquela coisa de sempre, nada muito uau, mas o trivial suficiente para arrebatar multidões – especialmente as mais jovens.
O tempo passou, nos últimos 3 ou 4 anos as coisas mudaram e não estou falando apenas da crise global. Nossa forma de consumir moda mudou. Ressignificamos várias coisas. Houve uma reviravolta no mundo. Outras marcas surgiram e novos propósitos idem. Onde a Forever 21 entra nessa? Na realidade, ela sai dessa.
No mês passado, o Wall Street Journal publicou uma matéria falando que a F21 contratou consultores para planejarem sua reestruturação financeira, renegociar os contratos de aluguéis e contratar um novo empréstimo. Daí acendeu um alerta sobre a $aúde da marca.
No início do ano eles já apresentavam sinais de desgaste com a venda de seu headquarter em Los Angeles por U$166mi. Vendeu para ir para um maior? Que nada, para enxugar custos, fazer caixa e começar a se reorganizar.
O que aconteceu com a Forever 21? Numa época na qual todas as marcas estavam diminuindo seus espaços físicos, pensando e planejando o digital, a marca começou a ocupar todos os espaços vazios de shoppings. Lembra que postei aqui sobre a “morte” dos shoppings? Enquanto várias marcas faliam ou focavam no digital, a F21 ocupava esses espaço e pagava aluguéis altíssimos.
A ideia da família Chang na época, era ser uma loja de departamento para toda a família. Mas o que acontecia era o contrário, pois tais lojas faliam e os jovens – público majoritário da marca, só pensavam em comprar online e de lojas mais, digamos, éticas.
E com o aumento das lojas, o que aconteceu? Mais inventário e menos moda. A marca não contratou novos funcionários pra ocupar tal espaço e a loja passou a ficar uma zona. E os clientes que ainda faziam compras analógica, não saiam bem impressionados com a experiência. É aquilo que a gente sempre conversa, pra uma marca existir fisicamente em shopping, precisa fazer MUITO sentido, precisa ser uma experiência quase que transcendental, o que não acontece no caso.
Em termos de números, em 2010 eram 480 F21 pelo mundo e em 2018 eram 800. Se antigamente, a média de tamanho de uma loja era de 3500m², agora com a enxugada, o tamanho é de 2000m². E o mais preocupante e que fez a marca procurar ajuda dos especialistas. Apesar da Forever 21 ser capital fechado e não revelar seus números, um analista do setor estima que as vendas caíram 20% ou 25% no ano passado.
E se pouco tempo atrás o casal proprietário estava nas cabeças da lista da Forbes dos biolionários, com fortuna estimada em U$6bi, atualmente não passa da ~bagatela de U$1,6BI.
Oficialmente só se fala em reestruturação, mas estima-se de fato que em algum momento a empresa esteja considerando a falência. Isso significa que vai desaparecer do nada? Também não, grandes marcas já fizeram isso (recentemente a Victoria’s Secret foi uma delas) e, em tempos mundias bicudos, é comum e necessário.
O que certamente vai acontecer é que a marca vai diminuir espaços e aparar arestas. Na China, eles encerraram suas operações e na Inglaterra, de 100 lojas, atualmente são apenas 3. No Brasil não se tem notícia, uns até dizem que a liquidação está fora do comum (seria pra liquidar inventário?), mas tem um tempinho que não vou e não posso afirmar nada.
Sei que nos últimos tempos ressignificamos muito a relação com o consumo e, marcas polêmicas e não alinhadas com esse novo posicionamento, ficam pra trás, mas como a gente gosta de falar de business de moda e consumo… achei legal compartilhar essas infos. Inclusive no #FashionismoParaOuvir de hoje, falo um pouco mais sobre o assunto, vale ouvir nosso podcast!
Eu comprei 3 vezes na loja de Curitiba e uma delas foi pra presente. Preços um tanto altos para a qualidade e as terríveis (que eu sempre falo) blusas pela metade. Nem os ~xovens aguentam tanta peça do mesmo estilo.
Eles precisam ae reestruturar mesmo. Alem da zona das lojas, as roupas nao atinge o publico q deveria, nao tem tanta coisa da modinha usavel como antes, mas parece um evento de desenhos animados.
Outra coisa o site deles é muito zoado. Como vc falou no podcast precisa existir um filtro mejor, mais objetivo tb.
Adorei o post, muito bem escrito.
Muito legal esse tipo de matéria. Realmente, me dá um orgulho saber que estamos consumindo com mais consciência.
Muito bom o post!
Tem uma F21 super perto da minha casa e eu nunca passo lá.. Tenho achado as roupas muito feias e de má qualidade.
Quando eu tinha uns 14 anos e fui pros EUA pela primeira vez enlouqueciiiii, mas naquela época as roupas eram muito mais bonitas e usáveis. Hoje, já prefiro qualidade e não quantidade.
Sim, fui duas vezes e nunca tive coragem de comprar algo. Achei tudo caríssimo pra qualidade das roupas. Além dos tamanhos minúsculos para o corpo das brasileiras.
Algumas vezes, entro na loja para acompanhar minha filha mais novo. Nada agrada. Td parece feio e mal acabado. Pena se sair. É emprego. E estamos vivendo momentos assustadores.
Já fui várias vezes a Forever 21 do Shopping Rio Sul e nada me agradou! Tamanhos pequenos e preços não tão baratinhos para uma qualidade péssima! Preferiria comprar roupas baratas assim, na 25 de março. Mas que bom que amadurecemos e estamos pensando em como consumimos, qualidade e comprando o que realmente combina com a gente. Realmente esse tipo de consumo está defasado. Mas ainda prefiro uma fast fashion ou costureira amiga. Comprar pela internet e não provar a roupa, não gosto.
Fuse is an top-level representation discharge after win. fashionismo.com.br
http://bit.ly/2NGPNKP
Vc sempre antenada! A loja é uma bagunça e com filas enormes… só de pensar nisso, desisto de entrar! Beijos, The!!! :kissing_heart:
Aqui em Toronto eles fecharam uma loja bem grande na parte mais turística da cidade. Já as outras estão cada dia mais caóticas, então tenho dificuldade em acreditar nessa tal “reestruturação”.