maternidade  •  03 nov 2021

Especial Maternidade: Reta final da gravidez e parto!

E finalmente, 1 ano depois, volto a falar sobre a gravidez e o parto! Maria Eduarda tem 1 ano e 10 dias e só agora resolvi postar aqui sobre Não sei se lembram, mas durante a gravidez fiz posts e podcasts sobre o 1o e 20 trimestre da gravidez aqui mas, por razões óbvia, a reta final foi corrida e o ano também!

Daí com os planos do novo site do Fashionismo, resolvi agrupar em uma série semanal até o fim do ano sobre o tema, chegando ao ponto alto desse 1o ano de jornada: a festa de aniversário da Duda, que rolou semana passada.

 

Então esse especial terá os seguinte posts: Reta final/parto; amamentação; puerpério; primeiros meses; enxoval; festa de 1 ano. Toda quarta-feita nesse mesmo blog, um episódio dessa saga e vida que segue rsrs

 

O 3º TRIMESTRE

Resumindo os anteriores: o 1º tri foi recheado de enjoos, vômitos e tensão com exames e mais exames até chegar a derradeira 12ª semana e parece que tudo automaticamente muda, é sério, o enjoo desapareceu, aquele gergelim começa a tomar forma e sim, o glow factorVocê se sente bonita, o cabelo encorpa, a pele brilha, a barriga começa a espichar (foi-se o tempo de encolher a barriga hehehelp), lógico que cada gravidez é única, mas a gente vira uma chavinha sim, a gente se sente poderosa e empoderada em algum momento (nem que seja reivindicando a fila preferencial, que eu pouco usei, já que mal saí de casa).

Daí chegamos ao 3º tri e as primeiras semanas foram até ok, mas nas últimas 3 ou 4 tudo mudou: meu corpo sentiu, eu cansei e, pior, tive altos níveis de ansiedade (e olha que eu fiquei uma grávida relativamente tranquila em plena pandemia) que mexeram comigo. Eu estava oficialmente exausta (e de saco cheio, confesso).

Com a graça do bom Deus, não tive nenhum problema de saúde e sim uma gravidez plena e serena, mas nas última semanas minha pressão tinha subido um pouco e isso já foi um fator pra me deixar mais ansiosa ainda. Junto a isso, o fato do percentil (avaliação de crescimento do bebê através de uma tabela de comparações) da Maria Eduarda estar alto e ela ainda não bem posicionada me deixava mais aflita com o fato de eu não conseguir ter meu sonhado parto vaginal.

O SONHO DO PARTO VAGINAL PRÓPRIO

E eis um tema importante: antes mesmo e durante toda a gravidez eu estudei TUDO sobre parto vaginal (não gosto de chamar de normal)Vi todos os documentários, assisti centenas de vídeos, me sentia pronta e preparada para viver essa experiência. Aquele medo que eu tinha anos atrás, deu espaço a um desejo latente de ter um parto vaginal por mais dolorido que fosse. Eu sabia de tudo, mas eis que essa sucessão de fatores na prática me mostrou que nem sempre as coisas saem do nosso jeito. E eu também, naquele momento, não tinha mais forças pra lutar. Não era sobre correr riscos, mas sobre lutar, com isso, eu deixei acontecer.

No dia 21 de outubro, 40 semanas de Maria Eduarda, numa dos exaustivos exames de acompanhamento,  o cardiotoco (exame de avaliação fetal) não estava com bons índices, meu psicológico pedindo arrego, dor em ossos e partes do corpo que mal sabia que existiam, pressão alta. Eu estava exausta, toda minha força e placidez das primeiras 36 semanas, se esvaíram na reta final de uma hora pra outra. Lembro que assim que terminei o quarto, a mala, o enxoval, e me sentia ótima até então, mas daí meu corpo falou pronto, “cansei”.

O ponto final dessa jornada da gravidez foi que na ultra, a Maria Eduarda estava pesando 4.350kg (lembrando que ultra não é balança e o peso geralmente varia 10% pra cima ou pra baixo) e isso, aliada à minha pressão um pouco alta, cardiotoco alterado, fez com minha médica me falasse que, dado todo o diagnóstico, seria O DIA… mas como? Mesmo com mil e umas contrações de treinamento há semanas, zero dilatada, tudo fechado… a resposta era indução. E sabe toda minha coragem do parto vaginal? Desaparecia quando eu ouvia falar da tal indução e ainda o risco de mesmo assim não ~funcionar, com isso eu olhei pro Rodrigo e decidi que precisaria vir da maneira que eu me sentia mais confortável naquele momento e foi daí que, conversando com minha médica, decidi fazer a cesárea.

E eu me lembro como se fosse hoje, sentada na maca e apenas um sentimento: o de frustração. Me senti menor, desapontada comigo mesma, me senti derrotada por não conseguir fazer o que era o “certo”, o “recomendado”. Será que eu deveria esperar? Tentar? Foram minutos de um vazio estranho, mas tão logo recebi apoio do meu marido e da minha médica e entendi que aquela era a hora sim. Talvez não a hora que ela escolheu, mas muito menos seria a hora de julgamentos e cobranças, uma filha tão sonhada estava pra nascer.

RUMO À MATERNIDADE

Tive um tempinho pra ir pra casa, arrumar as coisas, me arrumar e preparar psicologicamente (aka tive tempo de secar o cabelo e me maquiar #terapia) e partir pra maternidade! E aí um parágrafo basta: eu entrei num modo ANESTESIADA no momento que fiz o “check-in”, eu foi tudo no automático, tensa, séria, apreensiva até minha médica falar “vamos!”. Estar cercada de uma equipe incrível, que me fez sentir acolhida e tranquila pra receber minha filha da melhor forma, foi o que precisava pra simplesmente relaxar depois de intensos 9 meses. Eu, que nunca tinha sido internada, operada ou anestesiada, estava ansiosa pra passar por tudo isso logo.

Quando eu fui anestesiada de fato, as coisas ficaram mais leves, lembro que deu até uma onda (a pessoa que nunca tomou anestesia assim na vida rs) e eu apenas entreguei nas mãos dos médicos e de Deus. Não senti nada nada, tudo fluiu bem, de maneira leve e prática e eis que pontualmente às 23h do dia 21 de outubro de 2020, nasce Maria Eduarda do alto dos seus 52cm e 3.850kg (viu como ultra não é balança rs) e tudo fez sentido, eu automaticamente esqueci tudo, o passado ficou pra trás. De todos os vídeos que vi e livros que li, nenhum me disse com clareza que a gente nasce de novo e eu nasci junto dela. Despreparada, nua, crua, tal qual um bebê. É mágico, assustador e intenso.

BEM-VINDA, MARIA EDUARDA CHAMMAS DREUX

Corta de volta pro quarto, tudo fluiu bem, muita saúde, sono e uma súbita calmaria. O quarto era silencioso, tudo parecia se mexer em câmera lenta. Olhei pra mim filha e a ficha começou a cair (spoiler: ainda cai até hoje). Linda e enrugadinha, cheia de saúde e pronta pra viver o resto de sua vida ao meu lado. Apesar de ainda lamentar até hoje não ter experienciado um parto vaginal, do momento que olhei pra ela, toda aquela angústia e fraqueza da manhã, logo deram lugar ao alívio em tê-la do meu lado e assim seguimos nas 36h que fiquei internada.

Agora antes de partir pro próximo episódio dessa série, um sentimento que eu tive e que de fato não li a fundo em lugar algum: uma espécie de amnésia. Um bréu, uma neblina. Eu não lembro de muitas coisas, não lembro de todos os momentos com clareza, não lembro de fatos, detalhes. É uma sensação estranha que tenho até hoje, mas depois li que esse tal “branco” acontece pra gente não lembrar do sofrimento e dor e querer outro filho pra passar por tudo isso de novo rs. Bom, não é o meu caso, pois me contento só com minha Duda, mas de fato o corpo da mulher é poderoso e não duvido nada que tudo isso aconteça pra nos proteger e perpetuar a espécie de alguma forma.

Eu, que por muito anos adiei a gravidez por medo, gestei, pari e amei cada segundo. Sinto saudade de cada momento (talvez não dos enjoos e dores na lombar). Demorei 39 anos pra entender o quão poderoso meu corpo é o quanto ela é capaz de qualquer coisa, afinal, se gerou um bebê, ele é capaz de tudo. Me amei mais, mas nada supera o amor que senti por aquela bebê enrugado no momento que a peguei em meus braços, disso eu não esqueço porque eu vivo sistematicamente esse sentimento do mais puro, nobre, intenso e sublime amor.

ALGUMAS FOTOS DO DIA, MUITAS QUE NUNCA TINHA POSTADO!

Na quarta-feira que vem falarei sobre amamentação!
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11 comentários em "Especial Maternidade: Reta final da gravidez e parto!"
  1. SILVIA ELAINE DA SILVA
    03 nov 2021 // 17h44

    Nossa, The! Que post lindo e emocionante.
    Acho que é muito importante falar sobre essas frustrações porque acaba sendo mais comum do que a gente pensa e muitas mulheres sentem culpa por sentirem essa frustração. Inclusive muitas tem medo de falar e serem julgadas com comentários do tipo “mas seu bebê nasceu saudável e é isso que importa, tá reclamando do que?” ou “tudo deu certo e ainda acha defeito, não fica satisfeita?”.
    Obrigada por esse espaço importante e acolhedor

    • Thais Verdi
      04 nov 2021 // 05h18

      Que lindo! Me emocionei lendo e me identificando com muito do que você descreveu. Tive meu primeiro filho esse ano, dia 13 de agosto, o Olavo. Sério, o menino mais lindo que o mundo já viu haha. Com uma gestação super planejada, um bebê ansiosamente esperado, não ter passado pela experiência do parto vaginal também me frustrou por um momento. Olavo nasceu de 37 semanas. Na semana 34 descobri que estava com pedras nos rins, uma delas deslocou para o ureter e tive uma infecção bem severa. Eu que, também, nunca tinha estado em um centro cirúrgico, me vi ter que passar as pressas por um procedimento (simples) para a colocação de um cateter (com direito a uma raquidiana – chamo de amostra grátis da cesárea). Mesmo com isso, as dores não passaram, fiquei as 2 semanas seguintes sob uma medicação muito forte, até que meu médico indicou adiantamos o parto, porque quanto mais o Olavo crescesse, maior seria a dor, além de que a infecção já me excluiu a possibilidade de um parto vaginal. De início foi uma frustração sem tamanho, mas como vc descreveu, quando ele nasceu tudo mudou. Obrigada, The por compartilhar de forma tão genuína esse momento com a gente. Acompanhei os podcasts e posts do 1 e 2 trimestre como tentante e agora já estou com meu pacotinho no colo.

  2. Nicole
    03 nov 2021 // 18h36

    Que relato mais lindo! Tô de 34 semanas, também tive uma perda gestacional. Passei pelos mesmos medos do início e agora ansiosa pra conhecer a minha baby. Muito feliz por você e Duda.. e por compartilhares esses momentos e reflexões com a gente ❤️

    • Lívia
      03 nov 2021 // 21h04

      Que demais!!

  3. Luísa Moura
    04 nov 2021 // 08h17

    Que post mais lindo, The! É nítido o amor de vocês ❤️ Que ela continue crescendo feliz e com saúde!!

  4. Beatriz
    04 nov 2021 // 09h19

    tem um olho na minha lágrima. que post lindo! viva duda! ❤️

  5. Jessica
    05 nov 2021 // 00h03

    Tudo o que eu precisava ler no final da minha gestação.
    Que delícia essa leveza, The! E que delícia maior ainda a Duda, desde sempre

  6. Betina
    05 nov 2021 // 03h15

    Que post mais lindo The. ❤️ A chegada de um filho é sempre muito emocionante. Eu acho que o mais importante de tudo é sentir que suas escolhas foram aceitadas e o parto foi respeitoso para você e o bebê. Da para sentir na sua fala e nas fotos que a família toda estava em pura felicidade e que a chegada da Duda foi cheia de amor ❤️ Eu também morria de medo de precisar induzir o parto e sempre tive para mim que iria preferir uma cesárea a uma indução. E quanto a lidar com as frustrações das nossas expectativas, acho que isso é quase um exercício diário da maternidade. Imagino (e espero) que aos poucos a gente vai aprendendo…

  7. NATALIA CAIRES COELHO
    10 nov 2021 // 17h02

    Lindo post! Ainda não sou mãe e sinto que tenho adiado este momento também, são tantas incertezas e inseguranças.
    Fico feliz que tenha encontrado seu momento e que a Duda tenha vindo com muita saúde!

  8. Suzane Bahde
    11 nov 2021 // 16h29

    The, que post lindo!eu não tenho previsão de quando terei filhos, mas sonho com um parto vaginal. Mas por questões de saúde (alô convulsao previa) pode ser q eu não chegue lá. Esse post foi um abraço nesse sentido, ver você significando esse momento de forma tão linda e leve, com certeza vai me deixar mais leve até que minha hora de viver a gestação é o parto chegue!

  9. 15 nov 2021 // 00h12

    O importante é que estão todos estão bem.

    Isso é comum passar por alguma frustração alias acredito que a maioria das mulheres passam.

    Seu Baby esta muito lindo coisa mais fofa mesmo muita saude para todos vocês

    <3

    https://estilopropriobysir.com/