meia-idade  •  22 jan 2024

Como viver até os 100 anos!

Recentemente assisti ao documentário da Netflix, “Como viver até os 100 anos” e me vi FASCINADA E INSPIRADA! Nele, o jornalista Dan Buettner viaja o mundo pesquisando as “zonas azuis”, locais onde residem as pessoas com mais longevidade AKA com mais história pra contar.

As “Zonas Azuis” são as regiões extraordinárias localizados em diferentes partes do planeta, nas quais a população local tem a maior longevidade, a menor taxa de doenças (câncer, obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares, entre outras) e a melhor qualidade de vida e bem estar, quando comparada com outros povos de outras regiões da Terra.

Curiosa pra saber se você vive numa das 5 zonas azuis catalogadas pelo Dan? Tome nota: Okinawa, no Japão; Sardenha, na Itália; a ilha grega de Icária; Nicoya, na Costa Rica; e a cidade adventista de Loma Linda, na Califórnia.

O documentário é delicioso e reúne esses universos que tanto gosto de viagem e cultura, inclusive me lembrou um pouco os programas do meu saudoso ídolo, Anthony Bourdain. Ok, na realidade é quase que o oposto, mas amo saber pequenas histórias de grandes pessoas e, nesse caso, com foco em saúde, bem-estar e LONGEVIDADE. Não é isso que todo mundo quer? Viver muito e viver bem.

Não deixem de assistir, são 3 eps imperdíveis, dito isso, separei 10 “conselhos” de homens e mulheres nos seus quase 3 dígitos de idade e incontáveis dígitos de sabedoria.

ALIMENTAÇÃO E EXERCÍCIO

Esse post – e o documentário em si – poderia ser só sobre comer bem e se exercitar e esse é o mote dessas experiências compartilhadas. A DIFERENÇA é que, segundo eles, tem mil outras formas de se exercitar do que fazer cross fit na academia ou tomar apenas sopa depois das 18h, aliás, é TUDO menos isso, então a primeira vivência é que esses dois motores da vida podem ser mais simples e saborosos.

CARDÁPIO SIMPLES

Cada cidade mostrou algum tipo de alimento local, simples e muito eficiente. Nada mirabolante, mas essencial pro comer bem.

Okinawa: Batata doce roxa.

Sardenha: pão de fermentação natural, Minestrone.

Icária: Mel puro e chás de ervas locais (sálvia, alecrim, malva).

Loma Linda: 1/3 dos moradores são veganos.

Nicoya: Feijão, abóbora e milho.

CARBOIDRATOS, SIM!

Ainda na Itália, a comida deu o tom – e sabor – das conversas! E se a carbofobia mundial é real, por lá os carboidratos obviamente são mais que bem-vindos e compõe uma dieta simples, equilibrada e sem exageros, simples assim.

Inclusive um deles disse uma fala que meu próprio avô sempre disse (meu avô viveu 98 anos, inclusive!): sair da mesa com um pouco de fome. Não sei se tecnicamente é a coisa mais correta de se falar ou fazer, mas ele quis dizer isso versus a gula de comer muito e sem parar, quando se come comida boa, se como o suficiente.

VINHO É SUPLEMENTO

Bônus pra falar de vinho, além dos italianos, que garantiram a longevidade do líquido precioso, fiquei admirada com o ponto de vista dos gregos sobre a bebida. Eles costumam usar a técnica de ânfora, já ouviu fala?

Vinho de ânfora é produzido com técnicas muito antigas, que retoma o estilo tradicional de produção de vinho dos nossos ancestrais. O método consiste em vinificar a bebida em ânforas de barro, que são enterradas no solo. As uvas são maceradas e fermentadas dentro das jarras de cerâmica, que são colocadas na terra para manterem a temperatura certa para a fermentação.

Isso garante um paladar único, natural e com mínima intervenção humana. No doc, os locais dizem que o vinho pode ser considerado MEDICINAL! E, com tantos benefícios e ingredientes especiais, também pode ser chamado de SUPLEMENTO. Por mim tudo bem rs. Inclusive, já pedi pro nosso editor etílico criar uma lista com vinhos que usam a técnica e em breve nessa newsletter!

EXERCÍCIO QUE NÃO PARECE EXERCÍCIO

Uma ponto me pegou no dia a dia deles, especialmente nas cidades de Okinawa, Sardenha e Icária: os exercícios de baixo impacto e que não parecem exercícios. Todos os idosos relatados são muito ativos e, por exemplo, muito se falou de jardinagem, plantar seus alimentos e esses tais exercícios de baixo impacto e que são inseridos no cotidiano funcionam muito bem porque envolvem muitos fatores, como: o exercício físico e motor, a distração e de quebra comer o que planta.

SENTAR NO CHÃO

Em Okinawa é comum sentar no chão desde sempre e o que isso significa? Sentar e levantar o tempo todo e isso é considerado um exercício que mexe com todo o corpo, fornece equilíbrio, músculos e outros benefícios mais. Na hora aparecia um velhinho levantando como se fosse uma criança e eu questionando todas as dores da lombar dos meus 40 anos.

NÃO SINTA RAIVA

Um dos primeiros mantas entoados por senhorinhas habitantes de Okinawa: não sinta raiva, NÃO PERCA TEMPO E ENERGIA SENTINDO RAIVA. E isso me pegou tanto, pq eu sinto muitas raivas corriqueiras, sabe? Raiva no trânsito, de burrice, no futebol… acho que é mais fácil eu mudar minha alimentação do que deixar de ser levada pela raiva cotidiana, mas anotei.

SENSO DE COMUNIDADE

Outro aspecto em comum visto na maioria das cidade é o senso de comunidade, de fazer tudo junto! Da jardinagem ao almoço, passando por toda e qualquer atividade. Se muitos desses idosos perdem seus companheiros, eles, inclusive, se abrem pra oportunidade de um novo amor. Mas principalmente numa rede de apoio que ressignifica a vida, traz distração e companheirismo.

Dan citou inclusive que nos EUA se vive a epidemia da solidão (com uma expectativa de menos de 15 anos de vida), já nessas comunidades menores se cultiva mais conexão humana, logo, mais expectativa de vida.

VIVA O PRESENTE

Momento mindufulness e a importância dessas pessoas em viver o momento presente, pois o passado pode trazer más lembranças (muitas delas da guerra, inclusive), uma nostalgia não-benéfica e um futuro de incertezas. Com isso, viver o presente e se atentar a cada atividade cotidiana é o segredo da longevidade.

FÉ E ESPERANÇA

Na Sardenha, o Dan perguntou aos moradores o propósito que os mantinham vivos e eles foram uníssonos e categóricos: fé e esperança. Sem isso, para eles nada seria possível. Simples assim

IKIGAI

Aprendi essa palavra e logo fiquei fascinada com o propósito espiritual dos japoneses e que basicamente os leva à tal longevidade. A Filosofia IKIGAI tem chamado a atenção pelo fato de representar um caminho para a felicidade e o propósito, independente de qualquer religião ou crença. Elas ressignificam suas vidas, conseguindo assim encontrar mais SENTIDO e PROPÓSITO para seus TRABALHOS, RELACIONAMENTOS e VIDAS.

Segundo o entrevistado, se eles perdem o IKIGAI, eles perdem o propósito de vida.

Em japonês, IKIGAI significa “A RAZÃO PELA QUAL EU ACORDO TODOS OS DIAS PELA MANHÔ ou “RAZÃO PARA VIVER”, conceito que traz ao universo do desenvolvimento humano a busca pelo SENTIDO para tudo o que realizamos.

ALGUMA FÉ

A Zona Azul americana é a mais diferente de todas. Loma Linda fica na Califórnia e é muito focada na fé, tendo como base e diferencial a igreja adventista e com uma doutrina voltada pra saúde. Pra eles, longevidade tem dois pontos: exercício e comunidade. No doc, eles falam que os moradores passam em média 3h por dia se exercitando e 1/3 deles são veganos.

SEM APOSENTADORIA

Os japoneses podem até parar de trabalharem oficialmente, mas culturalmente seguem trabalhando, pra eles é mente engajada, corpo ativo. E isso significa jardinagem, ajudar a comunidade ou simplesmente algo que ocupe a mente ou ajude o próximo. Inclusive, o VOLUNTARIADO é uma prática pauta comum entre as “blue zones” e sinônimo de longevidade.

Lógico que há um privilégio de 1o mundo nesse tópico, mas ainda assim o trabalho “não oficial” significa um envolvimento na comunidade e a sensação de pertencimento, de se fazer útil e exercitar o cérebro e corpo.

METABOLISMO ATIVO E VIDA MANSA

Qualquer médico recomenda que nosso metabolismo se mantenha ativo e nessas zonas azuis não é diferentes. Em Nicoya, na Costa Rica (o lugar mais pobre das 5zonas), falou-se muito sobre exercícios aliado ao trabalho, especialmente por se tratar de uma região rural.

Mais trabalho manual, menos maquina, cortam lenha, moem milho e tudo isso na parte da manhã. É hábito da região fazer a sesta do almoço e passar a tarde para atividades livres, nada de trabalho de 8 às 17h.

Recomendo que assistam ao documentário na Netflix para se inspirarem por um ano mais produtivo e uma vida mais longa! Feliz ano novo!
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