Vinho  •  01 jun 2017

Tudo que você precisa saber sobre vinho orgânico

Já é fato consumado o apelo que os alimentos orgânicos tem nos dias de hoje, desde frutas, cereais, grãos até carnes e produtos de origem animal, os orgânicos são a opção número 1 de quem busca não só por uma alimentação e estilo de vida saudável, como também por um consumo responsável e sustentabilidade ambiental. Essa onda de comida orgânica, muito mais de que moda, tem tudo para ser a nova ordem mundial quando o assunto é preservação do meio ambiente, saúde, qualidade de vida e dignidade dos animais.

E quanto ao vinho? Se na nossa alimentação, os orgânicos estão com tudo, no mercado dos vinhos a coisa não é diferente. A cada ano o número de produtores que optam por um estilo de produção mais natural só cresce, ao passo que os consumidores enxergam de forma positiva essa iniciativa, criando uma demanda que movimenta uma economia em ascensão.

Até aí tudo bem, é normal que o mercado crie essa migração para os vinhos orgânicos, mas como eles são feitos, quais os benefícios e como encontra-los?

Em primeiro lugar, devemos saber que os vinhos orgânicos são certificados por órgãos reguladores para garantir a origem e método de produção da  bebida. Essa certificação geralmente fica em destaque no rótulo, então é bem fácil de identificar. Há também duas outras categorias mais específicas e que estão causando um impacto mais que positivo no mercado, os biodinâmicos e os vinhos naturais. O mais legal é que esses estilos de vinho estão cada vez mais fáceis de serem encontrados em lojas ou e-commerces, logo ninguém precisa ir ao uma feira de orgânicos para achar.

Vinhos Orgânicos

São vinhos produzidos sem nenhum tipo de fertilizante químico, pesticida ou defensivos agrícolas no solo e na videira. Os compostos químicos no trato do vinhedos são substituídos por adubo natural que em muitos casos, é utilizado a partir de criação animal nos arredores do mesmo, na tentativa de se criar um ecossistema próprio e sustentável. É o tipo de vinho que representa seu terroir e seu solo de origem.

Vinhos Biodinâmicos

Assim como os orgânicos, não fazem uso de agrotóxicos, porém além disso, os produtores trabalham com uma filosofia de biodiversidade e agricultura sustentável na qual a natureza funciona como um elemento vivo. O solo é mineralizado com  produtos naturais, o controle de pragas é obtido através da plantação de flora nativa e a colheita é realizada seguindo os ciclos da lua. Enfim, é a integração perfeita entre o vinho e a natureza. Todo vinho biodinâmico é também orgânico e como tal, possui um certificado no próprio rótulo.

Vinhos Naturais

Pode-se considerar o mais extremo dos orgânicos. Além do tratamento natural dos vinhedos, os naturais são os que sofrem menos intervenção do homem na produção. Leveduras artificiais ficam de fora, dando lugar às nativas, não é permitido nenhum tipo de aromatizante e técnicas para camuflar defeitos, como a correção de acidez. Além disso, o vinho não é filtrado e pode ter sedimentos naturais na garrafa. É o vinho do jeito que a natureza projetou, sem maquiagem alguma, a expressão mais natural da uva. Diferentemente dos orgânicos e biodinâmicos, os naturais não tem certificação ainda, mas como o movimento está em alta, inclusive no Brasil, é provável que isso mude.

Como não poderia faltar, duas ótimas sugestões de vinhos orgânicos para vocês conhecerem.

Cuatro Vacas Gordas 2015 – Corte de Malbec com Cabernet Sauvignon, esse vinho argentino é bem diferente da maioria dos argentinos que lotam nossas prateleiras. Elegante, exótico e delicado, com aromas de fruta do conde, jabuticaba e ameixa. Tem doçura de fruta madura e frescor de ervas ao mesmo tempo. Mineral e leve na boca, é companheiro ideal para aperitivos ou massas com molhos leves em geral. Tipo de vinho divertido e facinho de beber, de R$97 por R$79,90

Cacique Maravilla 2014 – Pontuadíssimo chileno do Vale do Bío Bío. Blend de Cot (nome da Malbec no sul da França), País e Cabernet Sauvignon, o Cacique é o tipo de vinho que leva a assinatura da natureza na sua elaboração. Esqueça tudo o que você conhece de Malbec, pois esse lembra os Malbecs franceses do século passado. No nariz, temos couro, tabaco, defumado, um delicioso floral que lembra lavanda. Na boca tem ótima acidez e potencial gastronômico para harmonizar com vários tipos de comida, de pizza a cordeiro. Como o vinho é natural e não foi filtrado, pode apresentar alguns sedimentos. De R$130 por R$99,90.

Então, se animaram para os orgânicos? Posso dizer por experiência própria, que adoro. Além de deliciosos, saudáveis e cheios de história, trazem benefícios para a natureza, para que produz e principalmente para que degusta. Outra coisa, muitos deles não levam sulfitos (responsável pela ressaca) na composição. Qualquer dúvida, é só deixar um comentário.

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5 comentários em "Tudo que você precisa saber sobre vinho orgânico"
  1. Flávia
    02 jun 2017 // 11h21

    Rodrigo, parece que vc leu minha mente!!! Eu já estava pra te pedir pra comentar exatamente sobre isso, pois cada vez mais ouço falar dos tais vinhos naturais e não fazia ideia do que seria isso… Até encontrei um dia vinho orgânico em uma loja de produto natural e ai fiquei com mais dúvida ainda se organico e natural eram a mesma coisa. Muito bom o post, adorei ter as dúvidas respondidas. Por favor, fale mais sobre isso, consumo consciente tem que ir pra todas as áreas da vida :) E ahh, uma dúvida, se o natural não tem selo nem nada pra identificar, como faço pra comprar vinho natural? Como sei que ele é natural?

    • Rodrigo
      02 jun 2017 // 12h03

      Oi, Flávia, tudo bom?
      Fico muito feliz que tenha gostado, realmente os orgânicos tem criado um apelo muito legal para o mercado. Sobre os vinhos naturais, mesmo não tendo certificação oficial ainda, os produtores dizem que o produto é natural no rótulo.
      Abs!

  2. Camila
    02 jun 2017 // 16h15

    Indico o Coyam da Emiliana, que fica no Valle de Casablanca no Chile… é orgânico e biodinâmico. Conheci numa visita à vinícola e, pra mim, disparado, era o melhor vinho de lá.

    • Rodrigo
      03 jun 2017 // 16h50

      Oi, Camila.
      Eu adoro toda a linha da Emiliana e realmente o Coyam se destaca. Outro que eu gosto muito é o Carmenere/Cabernet da linha Emiliana Novas Gran Reserva.
      Abs!

  3. liv
    02 jun 2017 // 22h16

    excelente!!