Eles existem sim! A indústria da moda é parte importante e uma das maiores da cadeia de comércio, indústria e negócios em geral. Antes de mais nada, muito associam moda com futilidade, luxo ou supérfluo, mas vale lembrar que gera milhões de empregos pelo mundo, com isso, como equilibrar a necessidade (?) de seguir em frente x o bom senso de ainda evitar certas práticas?
O mês de junho e julho são meses importantes para o mundo da moda no que diz respeito a desfiles e apresentações e justamente esses dois meses foram basicamente o auge da pandemia, mas também “despressurização” da quarentena em alguns países. Só nesse período podemos citar a temporada de moda masculina em Milão, desfiles de alta costura em Paris e também todas as coleções resort que são apresentadas ao redor do mundo. Como as marcas tem se reinventado em tempos como esse?
Na alta costura, por exemplo, a Dior apresentou um Fashion Film – o que nem é tão inovador assim, mas ainda razoável para tempos de distanciamento social. Já Balmain levou modelos para um passeio de barco, enquanto Chanel apresentou apenas um lookbook e vida que segue.
A polêmica mesmo veio essa semana com a volta de desfiles presenciais. A italiana Etro reuniu uma platéia diminuta, com um certo distanciamento social entre uma cadeira e outra, mas poucos foram vistos de máscara. As modelos então… nenhuma máscara criativa para mostrar os novos tempos. Mais do que na hora do show, o backstage em si é sempre cheio e tumultuado, como os profissionais envolvidos ficam? Seja o que Deus quiser.
Vale lembrar que a Itália a quarentena acabou e parece que até o uso de máscara foi liberado em certas regiões, mas as pessoas ainda esperam um pouco de, talvez, bom senso, ou uma reinvenção fashion… mesmo que temporária.
Ainda em Milão, a sempre polêmica Dolce & Gabbana apresentou seu desfile de moda masculina com nenhum distanciamento social ou nada que lembrasse o novo normal. Máscaras? Pouco se viu, mas Domenico e Stefano usaram as suas.
Partindo pra França, a incensada Jacquemus, que ano passado fez um lindo desfile numa plantação de lavandas, dessa vez optou por trigo e um desfile mais compacto, mas ainda presencial.
O que fica disso tudo são algumas questões, se para muito a vida anda seguindo, as indústrias voltando ao eixo – mesmo que precocemente, na indústria da moda o questionamento e polêmica parece ser ainda é maior. Esses estilistas deveriam estar em casa? Os desfiles poderiam voltar timidamente?
E quando setembro e a temporada de primavera/verão chegar? Quem tem dinheiro e/ou criatividade vai se reinventar, outros não vão se importar e ainda terão aquelas marcas que não conseguirão sobreviver e irão naufragar.
Pra finalizar, um bom exemplo de reinvenção em tempos de pandemia, a Gucci apresentou na última sexta uma coleção diferente. Não tinha desfile, mas teve 12h de live e nada de modelo, designers da marca que vestiam cada peça do sempre criativo Alessandro Michelle. Uma boa ideia – e relativamente simples – de um segmento que é conhecido por sua criatividade e em tempos como esse ela precisa estar mais aguçada que nunca.
O que vocês esperam da moda em tempos de pandemia e quarentena?
Esperava mais criatividade nos desfiles, achei bem absurda as plateias cheias de gente como se fosse “só uma gripezinha”. É um setor que pode abusar da criatividade, que isso agregaria ainda mais valor à suas marcas, mas pelo jeito muito peixe grande não quer sair do lugar de conforto… :/